Rua da Alfândega
A Rua da Alfândega é uma das mais antigas da cidade e atravessa o Funchal entre o Palácio de São Lourenço e a Rampa do Cidrão, junto à ribeira de Santa Luzia. Corre paralela à Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses e à Rua dos Murças e teve um importante papel ao longo dos séculos na cultura da cidade.
O seu nome deve-se à existência da antiga Alfândega do Funchal, ali criada no século XVI.
Foi nesta Rua que existiu um importante “Clube Inglês”, fundado em 1832, que mais não era do que um local onde, entre os dois edifícios da família Blandy, os ingleses procuravam literatura. Ali existiam cerca de dois mil títulos, para saciar a sede de leitura dos viajantes ingleses ou pessoas que aqui viviam, de acesso muito restrito e com uma quota semestral de 15 dólares.
Jogar cartas e bilhar eram outras das ofertas do clube, também procurado por quem queria saber as “últimas” notícias que ali chegavam nos jornais ingleses.
Esta Rua foi, durante muitos anos, sede do Diário de Notícias da Madeira, hoje baseada na Rua Dr. Fernão de Ornelas, tendo sido ao longo do tempo local preferido das lojas de venda de Lojas de mobiliário, uma vez que era rua de passagem de muitos madeirenses.
Nesta rua encontramos uma das Lojas com História, a Barbearia Turista, que merece a sua visita.
A rua, que se cruza com a Rua António José de Almeida, a Rua dos Capelistas, a Rua do Sabão, a Rua do Esmeraldo e a Rua dos Tanoeiros, estende-se atrás das portas da cidade, no Largo dos Varadouros e termina na Rampa do Cidrão, onde existe um fontanário ou fontenário que desperta a atenção de quem passa, pela beleza da sua construção. Edificado em 1903, faz parte do legado histórico funchalense e foi recentemente recuperado pela autarquia do Funchal.
Durante vários séculos, no troço entre a Rua António José de Almeida e a Rua dos Capelistas, num magnífico edifício que assinalou em dezembro de 2019 os 500 anos, funcionou a Alfândega do Funchal, sendo atualmente sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o primeiro órgão de governo próprio da Região. Anexo a esse edifício, fica um dos mais importantes monumentos da cidade, a Capela de Santo António.