Rua João de Tavira
A Rua de João de Tavira é uma das mais movimentadas do Funchal, juntamente com o troço da Rua dos Ferreiros que lhe é paralelo. Com início em frente à Sé, existem referências a esta rua no final do século XVI, altura em que já surgia nas plantas da cidade. A origem da toponímia prende-se com o nome de batismo de um tabelião que ali morou.
João Tavira, notário, viveu no Funchal nos fins do século XV. Gaspar Frutuoso escreve que “Da porta principal da Sé sahe huma rua, não muito grande, que se chama de João, ou de Manoel Tavila, por elle morrar nella”. (Frutuoso, 2007: 88)
Outrora lugar de passagem de veículos automóveis, a rua está há vários anos encerrada ao trânsito automóvel em toda a sua extensão.
É nesta rua que se pode encontrar uma das mais antigas farmácias da Madeira, atualmente com o estatuto de loja com história, promovido pela Câmara Municipal do Funchal, a “Farmácia Portugueza”, que conserva o traçado antigo do mobiliário e a fachada faz parar dezenas de turistas todos os dias.
Instalada num edifício classificado, a farmácia foi, ao que tudo indica, reconstruída em 1924. Do ponto de vista arquitetónico, é um prédio de feição historicista cuja fachada apresenta os elementos característicos do ecletismo do primeiro quartel do século XX, com a indisfarçável e exuberante profusão de elementos decorativos.
Apesar de no interior a farmácia apresentar elementos modernos e adaptados às normas atualmente em vigor, nomeadamente em termos de acessibilidade, foi preservada parte do mobiliário antigo e vários elementos decorativos estando alguns deles expostos no laboratório do estabelecimento.
O encerramento da rua veio proporcionar a disposição de diversas esplanadas ao longo da calçada portuguesa, onde foram desenhados vários motivos alusivos às tradições madeirenses.
Tem três ruas que a unem à Rua dos Ferreiros, uma das mais longas do Funchal, mas que lhe fica paralela num dos troços: Rua da Queimada de Baixo, Rua da Queimada de Cima e Rua do Bispo.